"Criticism may not be agreeable, but it is necessary. It fulfils the same function as pain in the human body. It calls attention to an unhealthy state of things."



Winston Churchill



sábado, 31 de outubro de 2009

ALGARVE, O QUE QUEREMOS DE TI?

Dois factos recentes colocaram em evidência, pelo menos, dois problemas que condicionam o desenvolvimento da nossa região e que nos limitam os horizontes:

Primeiro, no plano económico, A Crise Económica: colocou em relevo a extrema dependência da região da indústria do turismo, além dos riscos próprios de um regime de monocultura, não é um sector que alavanque o desenvolvimento económico de uma região para além daquele que já fez. Porque não atrai quadros qualificados, porque não exige uma mão-de-obra qualificada, porque não dinamiza o desenvolvimento tecnológico e a inovação; porque não é um sector de ponta; porque não tem no seu modelo especificidades que se traduzam em vantagens competitivas e inovadoras dentro da própria indústria.

Esta situação, tem fundamentalmente um impacto negativo no emprego, na empregabilidade dos jovens licenciados, na precariedade dos empregos e num nível salarial baixo, inevitável na composição de um preço de um produto que concorre em várias zonas do globo, com economias subdesenvolvidas em que o preço do factor trabalho é despiciendo.


Segundo, no plano político, O Algarve não está representado no Governo: Sem qualquer orgulho regionalista ferido ( mal de que não sofro), não é surpreendente que não seja reconhecido ao Algarve um peso político que justifique a sua representação governamental.
Isto resulta, desde logo, do reduzido peso demográfico do Algarve (apesar da contribuição para a formação do PIB ser considerável, não são os euros que votam são as pessoas).
Depois, apesar do nosso inegável cosmopolitismo, falta-nos a tal “massa crítica”, seja lá o que isso for, mas parece que a sua falta pode eventualmente resultar da nossa base económica. A monocultura turística, é incapaz de fomentar o desenvolvimento universitário, a I&D e a criação de centros de conhecimento dignos desse nome. Sem nos esquecermos da produção de fenómenos culturais e artísticos nos quais também não somos propriamente um deslumbramento.


Desta análise simplex, tirava estas singelas conclusões:
A diversificação da base económica da região é necessária para:
1. A afastar os perigos da monocultura;
2. Criar mais emprego para quadros qualificados em outras áreas do conhecimento (exploração de recursos marítimos, pesca, construção e reparação naval, energias alternativas) para alavancar a o desenvolvimento tecnológico e a I&D;
3. Para atrair mais população e permitir o crescimento demográfico, aumentando o peso e a representatividade política da região, mas também importante para justificar mais investimento público.
4. Para qualificar e enriquecer uma região que tem de ser mais que um destino turístico.


Diversificação da base económica e crescimento demográfico, se quisermos ter um Algarve mais próspero.