Dois factos recentes colocaram em evidência, pelo menos, dois problemas que condicionam o desenvolvimento da nossa região e que nos limitam os horizontes:
Primeiro, no plano económico, A Crise Económica: colocou em relevo a extrema dependência da região da indústria do turismo, além dos riscos próprios de um regime de monocultura, não é um sector que alavanque o desenvolvimento económico de uma região para além daquele que já fez. Porque não atrai quadros qualificados, porque não exige uma mão-de-obra qualificada, porque não dinamiza o desenvolvimento tecnológico e a inovação; porque não é um sector de ponta; porque não tem no seu modelo especificidades que se traduzam em vantagens competitivas e inovadoras dentro da própria indústria.
Esta situação, tem fundamentalmente um impacto negativo no emprego, na empregabilidade dos jovens licenciados, na precariedade dos empregos e num nível salarial baixo, inevitável na composição de um preço de um produto que concorre em várias zonas do globo, com economias subdesenvolvidas em que o preço do factor trabalho é despiciendo.
Segundo, no plano político, O Algarve não está representado no Governo: Sem qualquer orgulho regionalista ferido ( mal de que não sofro), não é surpreendente que não seja reconhecido ao Algarve um peso político que justifique a sua representação governamental.
Isto resulta, desde logo, do reduzido peso demográfico do Algarve (apesar da contribuição para a formação do PIB ser considerável, não são os euros que votam são as pessoas).
Depois, apesar do nosso inegável cosmopolitismo, falta-nos a tal “massa crítica”, seja lá o que isso for, mas parece que a sua falta pode eventualmente resultar da nossa base económica. A monocultura turística, é incapaz de fomentar o desenvolvimento universitário, a I&D e a criação de centros de conhecimento dignos desse nome. Sem nos esquecermos da produção de fenómenos culturais e artísticos nos quais também não somos propriamente um deslumbramento.
Desta análise simplex, tirava estas singelas conclusões:
A diversificação da base económica da região é necessária para:
1. A afastar os perigos da monocultura;
2. Criar mais emprego para quadros qualificados em outras áreas do conhecimento (exploração de recursos marítimos, pesca, construção e reparação naval, energias alternativas) para alavancar a o desenvolvimento tecnológico e a I&D;
3. Para atrair mais população e permitir o crescimento demográfico, aumentando o peso e a representatividade política da região, mas também importante para justificar mais investimento público.
4. Para qualificar e enriquecer uma região que tem de ser mais que um destino turístico.
Diversificação da base económica e crescimento demográfico, se quisermos ter um Algarve mais próspero.
sábado, 31 de outubro de 2009
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