"Criticism may not be agreeable, but it is necessary. It fulfils the same function as pain in the human body. It calls attention to an unhealthy state of things."



Winston Churchill



sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

3 Votos para 2011


Faro: Que a sobriedade e a objectividade estejam sempre com quem tem de gerir o espaço público concelhio. Há muito para fazer e pouco recursos para o fazer. Mas a correcta ordenação das prioridades e a concentração de esforços nas questões essenciais (organização dos serviços, finanças municipais, situações de emergência social e revitalização económica), parecem ser a receita base para, independentemente das circunstâncias de espaço e tempo, administrar um concelho.
Governação: Os ciclos eleitorais e a sobrevivência política não são de certeza os princípios orientadores para uma boa governação. Quem governa tem de o fazer com base num programa que vise a melhoria sustentável das condições de vida dos cidadãos. Quando falta esse programa, faço votos para que se reinicie o processo de legitimação democrática do início, através do sufrágio universal.
Presidenciais: O candidato à reeleição e favorito nas sondagens, é o melhor integrado no sistema vigente e conformado com ele. E nesta altura do que menos precisamos é de conformismo. O Presidente da República tem de ser o mobilizador da Nação, o catalisador das vontades e o mais inconformado dos portugueses na luta por um caminho da mudança e de um futuro colectivo melhor e sustentável.
O tão valorizado “sentido ou pose de estado” não é mais que um argumento de defesa do conservadorismo e da manutenção da situação, que nos impede de evoluir e nos prende ao que tem de ser mudado.
Nestas eleições presidenciais, o candidato mais inconformado, aquele que mais provas tem dado na vida de independência e espírito combativo, mostra-se nesta pré-campanha refém dos apoios partidários. Faço Votos para que até dia 23 se livre do espartilho e seja ele próprio.

Se o Ano de 2011 for o ano da verdade, em que sejam enfrentados os problemas de frente, sem demagogia, populismo e subterfúgios, será de certeza melhor que 2010.

Saudações Farenses.
Miguel Sengo da Costa

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O novo tarifário da FAGAR



A Fagar está de parabéns pelo extraordinário esforço de limpeza das ruas e tratamento das zonas verdes que já se nota bem. Na opinião de alguns até demais.
Menos clara é a alteração do tarifário para 2011. O accionista maioritário anunciou a descida do preço para 40% dos consumidores.
Não conheço o perfil de consumo dos consumidores na empresa para poder aferir esse anúncio. Contudo fiz o cálculo (tabela ao lado) a um consumo doméstico de 10 m3/mês e verifiquei um (pequeno) aumento no preço da factura a partir de Janeiro de 2011.
Verifica-se é uma significativa transferência dos encargos da factura do consumo de água para a utilização do saneamento. Grosso modo, o preço da água baixou no 2º. Escalão de consumo (de € 0,9746/m3 para € 0,5100/m3), onde calculo que se situe a maior parte do consumo, e o encargo foi transferido para a tarifa de utilização do saneamento (no 1º. Escalão doméstico passou de € 0,219/m3 para € 0,5753/m3 e no 2º. Escalão doméstico de € 0,3504/m3 para também € 0,5753/m3).
Foi também criado um 4º. Escalão doméstico para o consumo de água e para a utilização do saneamento, pago generosamente.
Ainda em relação ao doméstico, as tarifas fixas de água e saneamento foram aumentadas, menos a de RSU que foi reduzida e introduzida uma tarifa variável.
Foi reduzida a tarifa fixa de RSU para comércio e serviços, onde, apesar da introdução de uma tarifa variável, desde que os consumos de água se mantenham baixos, verificar-se-á uma redução na factura.
Há também, sublinhe-se, a discriminação positiva de várias situações de carácter social com preços protegidos.
Os consumidores dirão de sua justiça quando receberem a primeira factura com o novo tarifário.
Porém, o que aqui falta é uma explicação para esta mudança na estrutura do tarifário (da água para o saneamento, o 4º. Escalão e a introdução da variável na RSU) e os seus reflexos nas contas da empresa. Por não se tratar de uma simples actualização do tarifário com base na taxa de inflação, esta alteração carecia de mais explicações.
Aliás, o Conselho Geral não foi ainda convocado para dar parecer sobre os instrumentos previsionais de gestão para 2011, conforme os Estatutos da empresa, o que impede também o conhecimento e controlo pela AM desta matéria.

Saudações farenses
Miguel Sengo da Costa