A Fagar está de parabéns pelo extraordinário esforço de limpeza das ruas e tratamento das zonas verdes que já se nota bem. Na opinião de alguns até demais.
Menos clara é a alteração do tarifário para 2011. O accionista maioritário anunciou a descida do preço para 40% dos consumidores.
Não conheço o perfil de consumo dos consumidores na empresa para poder aferir esse anúncio. Contudo fiz o cálculo (tabela ao lado) a um consumo doméstico de 10 m3/mês e verifiquei um (pequeno) aumento no preço da factura a partir de Janeiro de 2011.
Verifica-se é uma significativa transferência dos encargos da factura do consumo de água para a utilização do saneamento. Grosso modo, o preço da água baixou no 2º. Escalão de consumo (de € 0,9746/m3 para € 0,5100/m3), onde calculo que se situe a maior parte do consumo, e o encargo foi transferido para a tarifa de utilização do saneamento (no 1º. Escalão doméstico passou de € 0,219/m3 para € 0,5753/m3 e no 2º. Escalão doméstico de € 0,3504/m3 para também € 0,5753/m3).
Foi também criado um 4º. Escalão doméstico para o consumo de água e para a utilização do saneamento, pago generosamente.
Ainda em relação ao doméstico, as tarifas fixas de água e saneamento foram aumentadas, menos a de RSU que foi reduzida e introduzida uma tarifa variável.
Foi reduzida a tarifa fixa de RSU para comércio e serviços, onde, apesar da introdução de uma tarifa variável, desde que os consumos de água se mantenham baixos, verificar-se-á uma redução na factura.
Há também, sublinhe-se, a discriminação positiva de várias situações de carácter social com preços protegidos.
Os consumidores dirão de sua justiça quando receberem a primeira factura com o novo tarifário.
Porém, o que aqui falta é uma explicação para esta mudança na estrutura do tarifário (da água para o saneamento, o 4º. Escalão e a introdução da variável na RSU) e os seus reflexos nas contas da empresa. Por não se tratar de uma simples actualização do tarifário com base na taxa de inflação, esta alteração carecia de mais explicações.
Aliás, o Conselho Geral não foi ainda convocado para dar parecer sobre os instrumentos previsionais de gestão para 2011, conforme os Estatutos da empresa, o que impede também o conhecimento e controlo pela AM desta matéria.
Saudações farenses
Miguel Sengo da Costa
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