"Criticism may not be agreeable, but it is necessary. It fulfils the same function as pain in the human body. It calls attention to an unhealthy state of things."



Winston Churchill



sábado, 29 de maio de 2010

O QUE TEM DE SER TEM MUITA FORÇA

Classificados como o sub-prime da zona Euro, não resta ao governo (fosse ele qual fosse) senão tomar as medidas necessárias a uma consolidação orçamental choque ou compactação como alguém lhe chamou. A “governação” estilo PIGS ou GIPSY foi sempre sempre vista pelos países do norte e do centro da Europa como um caso perdido, mas tolerável perante a total abertura desses mercado para as suas exportações.
Agora tudo mudou. Com a crise financeira, a falta de credibilidade de alguns pode afectar o todo e isso já não é tolerável.
Governar torna-se num exercício ainda mais difícil, quando nos é traçado de fora um caminho muito estreito por onde temos que seguir sem desvios ou variantes.
Sem alternativa, o Primeiro Ministro e o Governo cortam no que podem, granjeando o descontentamento de cada vez maiores sectores da sociedade e mesmo no seu eleitorado.
O título de Miss Simpatia, foi atribuido esta semana pela Marktest e não há volta a dar. Só esperamos para bem de todos, que à Miss Simpatia não lhe suba o título à cabeça e queira ser Primeiro Ministro. Salvar o mundo em frente às câmaras de televisão pode parecer fácil, mas na cadeira do poder a coisa não está para brincadeiras.
Passada a tormenta, que vai passar, algo vai ter que mudar.
O desencontro do crescimento da nossa economia nos últimos 10 anos com taxa de crecimento das despesas pública em geral e das sociais em particular, já não pode ser ignorado. Mesmo que não tivesse existido esta crise financeira, ninguém de bom senso esperaria que o défice pudesse continuar a ser financiado com recurso ao crédito indefinidamente, mesmo que as taxas de juro se mantivessem baixas para todo o sempre.
A economia portuguesa precisa de um novo rumo para crescer e conseguirmos preservar aquilo que considerarmos ser imprescindível do nosso Estado Social. E mesmo assim, vamos ter que fazer escolhas e abdicar de muita coisa.
Precisamos mudar de rumo. Não é realista pensar que ainda temos qualquer atractividade especial para atrair investimento estrangeiro neste mundo globalizado ou que a nossa capacidade exportadora é suficiente para equilibrar a balança comercial. Temos que também diminuir as importações e incentivar a produção nacional.
Como socialista, pergunto-me se o Partido Socialista (nesta legislatura) terá a força necessária para lançar um projecto de País substancialmente diferente do que temos hoje e mais sustentável?
Como Português pergunto-me se algum dos partidos do regime (todos os representados na AR) terão a força necessária para lançar um projecto de País substancialmente diferente do que temos hoje e mais sustentável?
Miguel Sengo da Costa

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